“Então uma luz brilhou mais uma vez... pensei que todas as pessoas deveriam sair por aí sem rumo, pelo menos por um dia, para poder achar o elo perdido em seu interior. Pensar desse modo me relaxou. A inquietude que estava à flor da pele cedeu um pouco, o que me levou a final a diminuir a agitação cerebral. Relaxei; o sono começou a vir. Entendi que quem determina a maciez da cama é o nível de ansiedade da nossa mente. Só dorme bem quem aprende primeiramente a repousar dentro de si. Estava começando a filosofar como o mestre..”
Depois de "A menina que roubava livros", terminei de ler na quinta-feira “O Vendedor de Sonhos” devorei em 5 dias o livro que comecei a ler em junho, e após ler dois capítulos deixei de lado... Era um domingo com sol de fim de tarde, quando eu acordei ele já estava quase se pondo e não refletia mais na piscina, mas lá estava ele, ainda firme e forte na minha varanda, não pensei duas vezes... peguei minha canga, uma almofada e corri para me bronzear e me “livrar” do livro que estava encalhado na minha estante. Foi quando depois de algumas páginas eu fui me encantando e interagindo com o texto do fabuloso Augusto Cury, eu que não sou fã de silêncio e muito menos de solidão dei valor a cada segundo que fiquei em casa sozinha engolindo páginas e páginas do livro...
“Quem não desenvolve a arte de observar tem uma inteligência superficial e humanidade rasteira. Pode vir a ser um depósito de informações, mas nunca construirá grandes ideias... Mentes que outrora foram brilhantes viveram uma vida medíocre porque não aquietaram seus pensamentos. Grandes escritores, notáveis cientistas dilaceraram sua inspiração porque tiveram uma mente agitada. Os pensamentos, as imagens mentais e as fantasias que podem alçar voo da criatividade também podem, quando excessivos, lhe cortar as asas, furtar a intuição e a engenhosidade.”
Depois destes trechos o personagem principal do livro diz: “Esse é o meu problema” e eu pensei na hora, o meu também! rs Eu estava lendo por opção um assunto que me interessava e mesmo assim as vezes me perdia pensando em outras coisas... Aí, voltava e relia a parte em que passei os olhos com a cabeça nas nuvens. Continuei me identificando com as ideias do autor...
“Pensar, inclusive bobagens, era a minha especialidade. Sempre fui inimigo do silêncio. Mas sob sua palavra tentei me silenciar. Não foi fácil, pois era inundado por imagens que me cruzavam na avenida em que estávamos. A poluição intelectual era o meu algoz.”
Aos poucos, seguindo a orientação do vendedor de sonhos os personagens a conseguiram aguçar a perceptividade e a narrar detalhes cotidianos que passavam despercebidos na correria do dia-a-dia... Eu também comecei a ouvir o som dos pássaros, do vento... eles estavam ali, sempre estiveram eu é que não observava detalhadamente, comecei a me sentir uma privilegiada num deserto social.
“Após esse exercício prazeroso, dissemos uma das nossas frases favoritas:
‘Eu adoro essa vida!’.”
"Nunca fazer tão pouco fez tanta diferença!"